quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Qual a razão do nosso trabalho?

“ Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.”


João 6:27

Após serem alimentados com apenas cinco pães e dois peixes, muitos dentre aquela multidão creram em Jesus como o profeta que devia vir ao mundo e assim que ele partiu da cidade aonde estavam, eles foram atrás dele. Ao perceber que o estavam seguindo, imediatamente Jesus confrontou a motivação deles afirmando que eles o estavam procurando não por uma revelação de quem era Jesus, mas por causa dos pães que haviam comido no dia seguinte o qual suprira suas necessidades. Em seguida, a palavra dada a eles é “... Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem lhes dará...” (Jo 6:27)

É interessante pensar um pouco sobre o que representa o trabalho e a comida. Por trabalho, entende-se todo o esforço empregado para um fim determinado e de modo geral, esse fim é o sustento, ou seja a comida que é fundamental para que uma pessoa possa sobreviver. Todas a pessoas trabalham a fim de que haja sustento em suas casas e o próprio sistema econômico no qual estamos inseridos como sociedade, exige isso de cada cidadão. Sem trabalho não há sustento! Aquelas pessoas que estavam correndo atrás de Jesus conheciam bem essa realidade e também buscavam seu sustento a cada dia. Como deveriam ter ficado maravilhadas quando viram o que Jesus fizera com coisas como pães e peixes, pelas quais eles trabalhavam todos os dias! Antes da multiplicação é relatado que o pagamento por duzentos dias de trabalho não seria suficiente para comprar comida para todos os que estavam presentes (Jo 6:7). Não se sabe ao certo se cinco pães e dois peixes eram suficientes até mesmo para alimentar uma única família. Mas Jesus mostrou àquelas pessoas que sua maneira de pensar sobre trabalho e sustento não era a mesma delas.

A mentalidade daquelas pessoas as levava a pensar que todo o seu trabalho deveria ser para garantirem seu sustento. Jesus afirma que onde estavam investindo seus esforços era perecível, seu trabalho deveria ser motivado pelo sustento que permanece para sempre e é garantido pelo próprio Deus. A palavra de ordem não era para que deixassem de trabalhar, mas para que passassem a trabalhar com um novo entendimento.

No decorrer do diálogo, eles afirmam que seus antepassados foram sustentados com o maná no deserto e este vinha do céu, mas Jesus afirma “... Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo.” (Jo 6:32,33) Mais uma vez eles insistiam na antiga maneira de pensar porque o maná era o símbolo da provisão mas não tinha durabilidade e tinha o objetivo de suprir necessidades naturais. Jesus lhes apresentava uma nova maneira entender o que realmente era importante: O verdadeiro pão dado por Deus, aquele que passasse a trabalhar por esse pão não passaria mais nenhum tipo de necessidade. (Jo 6:35)

Isso nos leva também a perguntar pelo quê temos trabalhado, pela comida que supre nossas necessidades somente hoje, ou pela comida que permanece para sempre e supre todas as nossas necessidades de uma vez por todas? Podemos nos perguntar ainda se nossos esforços têm sido aplicados naquilo que perece ou naquilo que dura para sempre. Jesus nos ensina que não vale a pena acumular (esforçar-se continuamente) tesouros (representação de valores) segundo os padrões da terra, porque eles representam bens materiais, os quais se perdem com o tempo, são destruídos pela própria natureza e podem ser simplesmente tirados de nós porque pertencem a esse mundo. Mas aquilo que realmente vale a pena investir está de acordo com os padrões eternos de Deus, segundo a sua mentalidade, segundo sua perfeita vontade, não podendo ser destruído nem roubado... “ Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mt 6:21)

Jesus entendia que aquilo que ele precisasse para cada dia, o Pai lhe daria (Mt 6:11) e que era necessário trabalhar, segundo a lei, para ter sustento, mas ele nos ensina que o nosso coração não precisa estar no sustento porque, se isso acontecer estaremos desperdiçando nossos esforços por coisas que não merecem o valor que damos a elas. O que realmente vale a pena é trabalhar com o nosso coração naquilo que é eterno, trabalhar para que a vontade de Deus seja feita e o propósito dele se cumpra na terra. Pois somente o Seu reino permanecerá eternamente!





2 comentários:

  1. Ooun. Que bonita a mensagemm..

    Aquii é o Lucas de Ibaiiti [ primo ]

    Deeus Abençõe.. Beijoos

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  2. Interessante...Tenho pensado muito sobre o Reino de Deus e o trabalho (o trabalho propriamente dito, que corresponde à poiesis grega, significa fazer, fabricação, criação de um produto por técnica ou arte, e corresponde ao artificialismo da existência humana. Poiesis é a obra da mão humana e dos instrumentos que a imitam. O modelo é o do escultor; por seu resultado concreto, o fazer do artista adquire a qualidade da permanência e torna-se presença no mundo, para além da vida de seu produtor) postei alguns textos sobre isso, mas você me fez pensar muito alem... Realmente muito obrigado!!!
    robsonsilos.wordpress.com

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